top of page
Search

Maio Amarelo - Depressão na Infância

  • batelles3
  • Jun 13, 2021
  • 3 min read

A abordagem de depressão na infância começa com o reconhecimento, que normalmente é feito pelos pais ou cuidadores no dia a dia. Contudo, como pode passar desapercebida por essas pessoas, o pediatra deve estar atento no momento da consulta para situações de risco.



Após reconhecer o quadro depressivo ou fazer a suspeita, o assunto deve ser abordado.

Não é porque não falamos sobre um assunto que ele não existe. Uma abordagem aberta ao diálogo, sem imposição de pressões ou submissão da criança ao ridículo, e principalmente afastando o conceito errado de que o quadro de depressão é uma espécie de fraqueza.


E por último, é importante encaminhar a criança para acompanhamento especializado com psicólogo e psiquiatra, sendo este último o profissional capacitado a avaliar se há necessidade de tratamento medicamentoso, dado o seu preparo e experiência no uso desse tipo de medicação.


Na infância, a depressão se manifesta de diversas formas e é prolongada. Entende-se como provável um quadro de depressão quando os sintomas se fazem presentes por pelo menos 2 semanas. Em média, um quadro depressivo na infância dura por volta de 9 meses. Pode afetar o indivíduo em aspectos da sua personalidade e a tristeza pode estar ou não presente. É importante diferenciar tristeza e depressão pois os quadros são muito parecidos podendo atrasar o diagnóstico o que, prejudica o início do tratamento.


Diante da suspeita torna-se essencial investigar o comportamento da criança em outros ambientes, como na escola, nas atividades extras e em casas de familiares e amigos.


No geral temos alguns sinais e sintomas que levam a suspeita:

– Sentimento de culpa ou baixa autoestima; humor deprimido, apatia.

– Desinteresse pelas atividades habituais e por brincadeiras.

– Dificuldade de concentração, agitação ou lentidão.

– Alterações do apetite, desde hiperfagia à anorexia e alterações do peso.

– Pensamentos suicidas, comportamento de auto injúria.


Crianças menores de 12 anos, muitas vezes não são capazes de compreender e expressar seus sentimentos. Sintomas inespecíficos podem ocorrer, como:

– Dor abdominal, cefaleia, náuseas, dores em membros inferiores.

– Choro fácil, agitação, irritabilidade, agressividade.

– Enurese noturna (xixi na cama durante a noite).

– Recusa em ir à escola, dificuldades escolares e queda do rendimento escolar.

– Comportamento opositor.


Dentre alguns fatores de risco para a depressão em pediatria temos:

– Problemas emocionais graves durante a gestação.

– História familiar de depressão ou transtornos psiquiátricos.

– Tentativa de suicídio em parente próximo.

– Estresse tóxico na infância

– Exposição excessiva às telas, como tv, tablets e celulares.

– Exposição a conteúdos inadequados ou violentos (por games, vídeos, filmes, desenhos e mensagens de texto).

– Quadro de ansiedade excessiva.

– Privação crônica de sono devido a horários inadequados de dormir e despertar e quantidade insuficiente de horas de sono pela faixa etária.

– Terceirização da infância com redução do tempo de presença dos pais.

– Oportunidades de brincadeiras restritas.

– Pouca convivência com os pares.

– Tempo ao ar livre e brincadeiras na natureza limitadas.


Diante de uma criança em risco podemos ajudar com atividades lazer, técnicas de relaxamento, atividade física diária, brincadeiras, organização da rotina do sono, tempo e conteúdo de telas de acordo com recomendações para idade, além de tempo qualitativo com os pais.


A Prevenção é desafiadora. Na estratégia da prevenção, a rotina saudável é essencial, orientar e treinar os pais para ajudar a criança a desenvolver suas funções executivas e sua capacidade emocional são muito importantes.


As crianças não nascem com suas funções executivas prontas. Precisam desenvolver conforme crescem e se desenvolvem e, para isso, o apoio e suporte dos pais e cuidadores são fundamentais.


 
 
 

Comments


© 2024 Dra. Bárbara Telles

Logo Dra Barbara Telles - Icone.png
bottom of page